No início de setembro, a cidade de Fortaleza, no Ceará, foi sede de um dos eventos mais relevantes do setor algodoeiro no país: o Congresso Brasileiro do Algodão (CBA). Durante o encontro, especialistas e profissionais da área destacaram o potencial do Brasil em se consolidar como uma das principais soluções para a crescente demanda global por algodão, um produto essencial para a indústria têxtil e outras áreas. O evento foi um marco por diversos motivos, incluindo a participação inédita da ORÍGEO, que vem se destacando no mercado por sua atuação inovadora no setor agrícola. Além disso, o CBA contou com a presença de 80 cotonicultores, influenciadores do setor e renomados pesquisadores que se reuniram para debater as tendências, desafios e oportunidades que o futuro reserva para o algodão brasileiro.
Roberto Marcon, CEO da ORÍGEO, foi uma das principais vozes do evento, enfatizando a importância de fortalecer e integrar todo o ecossistema agrícola, desde a produção até a distribuição, com o objetivo de alcançar uma agricultura mais produtiva, sustentável e rentável para todos os envolvidos. Segundo Marcon, esse fortalecimento da cadeia produtiva é fundamental não apenas para aumentar a competitividade do Brasil no mercado internacional, mas também para garantir que o país continue a evoluir como um dos líderes mundiais na produção de algodão. Ele também frisou a necessidade de adotar tecnologias e práticas inovadoras para enfrentar os desafios impostos pelo mercado global e pelas mudanças climáticas, que afetam diretamente a produção agrícola.
De acordo com dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), a produção de algodão no Brasil deverá alcançar a marca de 3,7 milhões de toneladas neste ano, o que representa um aumento significativo em relação ao ciclo anterior. Esse crescimento reflete os avanços tecnológicos e as melhorias nas práticas de cultivo que vêm sendo adotadas nos últimos anos, colocando o Brasil em uma posição de destaque no cenário mundial. O país, além de atender à demanda interna, tem sido um dos maiores exportadores da fibra, com mercados em expansão na Ásia, Europa e América do Norte.
Um dos pontos altos do congresso foi a participação de Manek Gupta, CEO da Viterra na Índia, que foi convidado pela ORÍGEO para compartilhar sua visão sobre o futuro do algodão no Brasil. Em sua palestra, Gupta apresentou uma perspectiva extremamente positiva, destacando que a sustentabilidade está no cerne da produção de algodão no país. Segundo ele, grande parte da cadeia produtiva de algodão no Brasil já adota práticas sustentáveis, o que coloca o país em uma posição vantajosa no mercado internacional, onde a demanda por produtos sustentáveis cresce exponencialmente.
Durante sua fala, Gupta ressaltou que a pandemia de COVID-19 trouxe desafios significativos para a indústria algodoeira global. Os altos preços da fibra durante esse período levaram muitos fabricantes a buscar alternativas ao algodão, o que gerou uma queda temporária na demanda. No entanto, com a retomada da economia global, o CEO da Viterra acredita que o uso do algodão voltará a crescer de forma consistente. Ele projeta que a demanda global por algodão aumentará cerca de 2% ao ano, impulsionada pela recuperação econômica e pelo aumento do consumo de produtos têxteis, particularmente em mercados emergentes.
Gupta ainda enfatizou que o Brasil terá um papel crucial para atender a essa demanda crescente. “O mundo precisa de mais algodão, e o Brasil é, sem dúvida, uma das principais soluções. Poucos países têm a capacidade de produzir algodão em larga escala com a eficiência e os custos competitivos que o Brasil oferece”, afirmou. Ele explicou que a combinação de fatores como clima favorável, solo fértil e avanços em tecnologia agrícola coloca o país em uma posição de destaque frente a outros produtores globais.
Além disso, o aumento da produtividade no setor algodoeiro brasileiro é visto como um dos principais motores para o sucesso futuro do país, tanto no mercado interno quanto no externo. Isso se deve à adoção de novas tecnologias, como o uso de sementes geneticamente modificadas e práticas agrícolas mais eficientes, que têm permitido aos produtores brasileiros aumentar sua produção sem expandir significativamente as áreas de cultivo. Essa eficiência produtiva, aliada à sustentabilidade, torna o algodão brasileiro uma escolha atraente para mercados que buscam produtos de alta qualidade a preços competitivos.
Por fim, os especialistas presentes no Congresso reforçaram a importância de continuar investindo em pesquisa e desenvolvimento para garantir que o Brasil se mantenha na vanguarda da produção algodoeira mundial. Eles destacaram que, com o crescimento da demanda global, o país tem a oportunidade de consolidar sua liderança no setor, desde que continue a apostar em inovações e práticas sustentáveis que garantam a competitividade de sua produção. O futuro do algodão brasileiro, segundo as discussões no CBA, é promissor, e o país está bem posicionado para atender tanto o mercado interno quanto as demandas internacionais com excelência.
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